sexta-feira, 11 de março de 2011

Folclo-rindo

Era uma partida de futebol, lá nas Aguilhadas, em Gov. Dix-Sept Rosado, entre o Potiguar de Secundo e o Flamengo de Tião Carlos. Jogo quente, pegado. Uma rivalidade de tirar lasca, como se diz nas redondezas. Zé Carlos, do flamengo, recebe a bola junto à lateral do campo. Vaval de Zé Viana, do Potiguar, corre pra fazer a marcação. Zé Carlos, não ver a aproximação do adversário, mas é avisado pelo seu treinador, Tião Carlos:

__Zé! Olhe o ladrão! (gíria do futebol).

Vaval virou bicho. Abandonou a jogada e partiu pra cima de Tião, com o dedo em riste, perguntando:

__Tião, o que foi que eu roubei seu, pra você ta me chamando de ladrão?




Enchente


Era o ano de 1985. Os flagelados da enchente do Rio Mossoró - era assim que o povo do governo de JAJÁ nos chamava - limpavam a lama de suas casas, numa espécie de mutirão. As conversas sobre a possibilidade de novas inundações vinham de toda parte. De repente chega lá em casa Lucimar de Xoxó, com a notícia de chuvas na cabeceira do rio. Ofegante e com sua gagueira congênita ele começa:

__É B..bom n..nem ti..ti..rar ma..mais es..essa la..la..lama!

__Por que? Pergunta tia Ezilda.

__Cho..cho..choveu ma..ma..mais de cem me...me...tro em Ca..ca..Caraúbas!

Como cem metros de chuva é água pra ninguém botar defeito, minha tia arregalou logo os olhos, estupefata.

___Mais vixe, menino, quem disse uma coisa dessa?

___O ra..rádio!

O pai dele, Xoxó, vendo o terror nos olhos de todo mundo tentou corrigir a barbaridade que o menino havia dito:

__Num foi cem metro não! Esse menino é doido, num sabe das coisa não! __ Num é cem metro não, lezado, é cem quilômetro!

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