segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Soneto

Quem dera
Zenóbio Oliveira

Quem dera fosse o amor a coisa prática,
Sob o pleno exercício do domínio,
Sujeito aos mandos do raciocínio,
À luz da lógica axiomática.

Fosse, quem dera, a coisa carismática,
Sentença proferida em vaticínio,
A predestinação de um fascínio,
Calculada ao rigor da matemática.

Se fosse o amor a lei dos agnósticos,
Ou a causa fiel dos prognósticos,
Das prenunciações d’algum profeta,

Estaria no livro dos sensatos,
Nas preces comoventes dos beatos,
E não pungindo a alma do poeta.


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