domingo, 12 de janeiro de 2014

Soneto

Chuvas de Janeiro
Zenóbio Oliveira

Chove chuva bendita de janeiro,
Verte aqui nuvens de promissão,
Para regar a fé deste roceiro,
Para afogar as penas do sertão.

Despeja sobre mim teu aguaceiro,
Encha rio, açude, encharca o chão,
Bota a poça de lama em meu terreiro,
Traz fartura brotando em cada grão.

Que eu já vou ali cavar as covas,
Vou semeá-la e ver as plantas novas,
Rasgando a tez da terra virginal...

Depois lá do batente da janela,
Vou espiar o verde de aquarela,
Derramando a beleza em meu quintal.