Invernia
pueril
Zenóbio
Oliveira
A
nuvem no céu se move,
E
abundante goteja,
No
chão do meu eu criança,
Nos
canteiros da lembrança,
Saudade
é flor que viceja,
Todas
as vezes que chove.
Vejo
as manhãs borrifadas,
Do
lugarejo pacato,
Sinto
o cheiro bom do mato,
Do
sertão das Aguilhadas...
Em
revoltosos balanços,
De
correntes opulentas,
O
rio abaixo se expande,
Eu
nado na Pedra Grande,
Por
essas águas barrentas,
Rodopiando
em remansos.
No
imo das enxurradas,
Meu
lembramento mergulha,
E
minha alma é borbulha,
Do
rio das Aguilhadas...
Toda
campina se inunda,
Com
o brilho verde do pasto,
Que
vai além do que vejo,
Cada
atalho sertanejo,
Tem
a impressão de um rasto,
Dum
pé que na lama afunda.
Minhas
infantes passadas,
Neste
gentil chão, impressas,
São marcações
às avessas,
Na alma
das Aguilhadas...
A
minha vida é viúva,
Destes
momentos felizes,
Que minha
saudade encerra,
Minh
’alma é feita de terra,
E
tem profundas raízes,
Com
esperanças de chuva.
Pelas
férteis semeadas,
Pululam
tempos risonhos,
Como
pululam meus sonhos,
Nas
roças das Aguilhadas.
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