Por Zenóbio Oliveira
O sorriso que enfeita minha cara,
Que se diga, de parca formosura,
Inda que seja indício de ventura,
Não é certeza de alegria clara.
É antes um método que mascara,
As angústias cruéis da vida dura,
Uma dissimulação da amargura,
Que a verdade da alma não declara.
É desse modo, assim, sempre sorrindo,
Que eu, bem ou mal, vou suprimindo,
A dor de uma ferida que não sara,
E alem de aplacar meu sofrimento,
Com tal disfarce estarei isento,
Da piedade de quem me repara.
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