Dores e Amores
Cid Augusto
Não conheço palavra que não corte
Como o fio de uma velha faca cega
Dilacerando a parte em que se esfrega
Quando o amor se depara com a morte.
Não conheço verdade que não minta
Não conheço verdade que não minta
Nem gelo que não queime como fogo
Quando o amor, apesar do nosso rogo,
Nas cores da traição escolhe a tinta.
Não conheço esperança que resista
Não conheço esperança que resista
À descrença de um sonho destruído,
Aquele que, de alegre e colorido,
Ganha a funesta cor da ametista.
Mas calculo a tristeza interior
De quem não sofreu, pois não teve amor.
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