ADEUS
Diniz Vitorino
Se me enxotas, mulher, eu parto, já é hora.
Não me humilhes no pranto da partida,
Pois o maior desespero de quem chora,
É não ter sua dor reconhecida.
Minha lágrima é de amor, nasceu agora!
Mas a tua depois será nascida.
Quanto mais escondida ela demora,
Mais será lacrimosa a tua vida.
Os teus remorsos virão! Eu não sei quando.
Haverás de lembrar de mim chorando,
Eu também chorarei sem ti na cama.
Tua lágrima externa falsidade,
Mas as minhas são gotas de saudade,
Jamais secam, nos olhos de quem ama.
Cousa Estranha
Patativa do Assaré
Esta noite, já quase madrugada,
No silêncio
melhor de toda gente,
Despertei
do meu sono de inocente,
Pelo
doido ladrar da cachorrada.
E fiquei
a dizer: não devo nada,
Criminoso
não sou, vivo contente,
Quem
me vem perturbar, tão insolente,
O repouso
feliz desta morada?
Me fugiram
os pulsos, pois sou fraco,
E lembrei-me
de gato, de cassaco,
E raposa,
mexendo no poleiro.
Porem
logo notei estranha coisa,
Nem cassaco,
nem gato, nem raposa,
Era um vice prefeito
em meu terreiro.
Meu poeta,só tu me faz ter a coragem de colocar no imaginário mais uns versos.Que coisa magistral.Arte e talento não se encontra em qualquer esquina...Valeu e obrigado...!!!!!
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