sexta-feira, 29 de julho de 2011

Rimando

De camisa volta ao mundo bem decente
E calça de tergal boca de sino
Com meu sapato pisante bico fino
E no braço um relógio oriente
Brilantina no cabelo, passo o pente,
Tiro lá do colchão trinta corró
Na bodega de Zé de Antoin Cotó
Compro cheiro de mistral, tomo uma pinga,
Monto no jegue e desabo na caatinga
A procura do diabo dum forró.

FOLCLO-RINDO

DIGA LÁ, “ZÉ”!
Por Fabiano Régis

Parei num posto para abastecer o carro, quando de repente surge “Zé pezão”. Uma figura humana das mais completas de caráter e simplicidade. Bem vestido, trajando calça, camisa e sapato branco, indumentária comum para profissionais da área de saúde, mas o “Zé” tem ofício de motorista. _Fabiano meu amigo! Exclamou quase perdendo o fôlego. _ Toda vez que eu encontro você me sinto feliz: Não tem cara feia, sempre achando graça, e tem tempo para me escutar. Só que naquele momento eu estava sem tempo, para ouvir o meu amigo “Zé”. Tentei justificar a minha pressa, mas foi em vão. _É bem ligeirinho Fabiano, eu só quero fazer um desabafo. Parou e, pôs a mão no meu ombro._ Diga lá “Zé”._ Meu amigo eu fui numa repartição federal hoje, pensando que ia encontrar pessoas “OBSTRUIDAS” para me atender,mas fui muito mal atendido. Ô país metido a besta!Fez o desabafo com indignação e saiu.

domingo, 24 de julho de 2011

VERBO AD VERBUM

ÉTICA

VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. Coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense, 2006.

FICHAMENTO

OS PROBLEMAS DA ÉTICA

A ética pode ser considerada como sendo o estudo reflexivo do comportamento e dos atos do ser humano. No campo científico, pode ser entendida tanto como ciência normativa, já que trata de normas de comportamento, quanto como ciência descritiva, quando discorre sobre costumes, alem de ter ainda um caráter especulativo, no momento que procura pesquisar e examinar questões como a da liberdade, do bem e do mal, da consciência moral e das leis.
A base dicotômica sobre a qual se estrutura a sociedade: bem/ mal, certo/errado, belo/feio etc., põe a ética a serviço da subjetividade, um caminho traçado por ideologias que levam ao próprio interesse.
A ética pode ser classificada em dois campos de estudo: O dos problemas gerais e o dos problemas específicos. Isto, porem, só é possível quando obedece a interesses didáticos, já que na realidade da vida cotidiana estes problemas da ética não se apresentam separadamente, mas de forma amalgamada com outros setores que compõem a sociedade, como exemplifica Valls (2006, p. 8) “Subornar um funcionário é problema apenas ético, apenas econômico, ou tem os dois aspectos?”
Outra questão que envolve a ética é sua transmutabilidade, isto é, as suas modificações contextuais. A ética acompanha as transformações sócio-culturais ao longo do tempo, por isso seus valores têm caráter histórico e diacrônico. “Não são apenas os costumes que variam, mas também os valores que o acompanham, as próprias normas concretas, os próprios ideais, a própria sabedoria, de um povo a outro.” (VALLS, 2006, p. 13).
Podemos constatar, pelas mudanças dos costumes, dos valores e normas, que a ética converge para o campo das ideologias e que a busca por sua universalidade social, cultural e histórica seria a única maneira de desvinculação. O alcance da verdade para o agir com liberdade, desde a maiêutica de Sócrates até o imperativo categórico de Kant. O ato que obedece apenas ao dever moral.

ÉTICA GREGA ANTIGA

Podemos encontrar na ética grega antiga, mais especificamente em Platão e Aristóteles, uma busca pela felicidade. Em Platão a ascese em detrimento do prazer corpóreo, a contemplação das idéias, fundamentalmente a idéia do bem, como meio de chegar ao sumo bem e, a partir dele, descobrir uma escala de bens para alcançar o absoluto. Em Aristóteles, não há a busca por um único bem maior, pois compreende que o homem em sua complexidade necessita de vários bens, amizade, saúde, riqueza..., porque é o conjunto desses bens que proporciona a felicidade humana.

ÉTICA E RELIGIÃO

A ética também foi influenciada pela religião. A religião da Grécia antiga e outras eram naturalistas e seus deuses, correspondentes a cada fenômeno natural, orientavam a ação do homem de acordo com a natureza. A religião judaica não se identifica com essas leis naturais, porque o Deus de Abraão, Isaac e Jacó se encontra acima delas. A partir de então, o homem passa a ser orientado a agir obedecendo à vontade do Deus pessoal. A procura pela revelação de Deus faz-se, assim, necessária para que sua vontade seja conhecida.  “A revelação de Deus não é uma exposição teórica, mas é toda ela voltada para a educação e aperfeiçoamento do homem. O homem busca ser santo, como Deus no céu é santo” (VALLS, 2006, p. 36). A chegada de Jesus Cristo com seus ensinamentos seria um aperfeiçoamento traduzido no mandamento do amor, um amor que vem de Deus, um amor perfeito. Com o período cristão as questões éticas ficaram vinculadas à religião.

OS IDEAIS ÉTICOS

Os ideais éticos variam de acordo com cada contexto social. Para os gregos estão ligados à idéia do bem e da felicidade, no viver em harmonia com a natureza, para os cristãos à vida espiritual e o amor a Deus, para a burguesia à hegemonia e à própria liberdade pessoal.

A LIBERADE

Ética e liberdade são comuns, falar de uma é falar da outra. Sem liberdade não há ética e vice-versa. O homem só é verdadeiramente livre quando tem o poder da obediência e da desobediência a determinadas normas. Quando existe um condicionamento ao que já está determinado, como a idéia de fatalidade e destino, como também de um Deus dominador, ou de uma lei natural regendo todas as coisas, não é possível a liberdade nem tão pouco a ética. Por outro lado ética e liberdade não comparecem onde há a idéia de incondicionalidade absoluta.

Há muitas formas de determinismo. Por exemplo: o fatalismo: tudo que acontece, tinha que acontecer. (...) O determinismo pode aparecer igualmente com a doutrina de um Deus dominador. Tudo o que fazemos é decidido por ele, de modo que não temos liberdade. (...) Mas o determinismo pode aparecer também como uma doutrina de um materialismo estrito: a natureza, ou a lei natural, rege todos os nossos atos. (VALLS, 2006, p. 49).

COMPORTAMENTO MORAL:

O BEM E O MAL

Aqui a ética é desenvolvida na questão da “autonomia moral do indivíduo”. Suas ações são determinadas pela “razão natural”. Para Rousseau, uma vida melhor pela volta às condições naturais, para Kant a busca pela descoberta de uma natureza igual e livre em cada homem. Kant acreditava que a natureza fez todos os homens livres, mas não determinou o que fazer, sendo necessário agir de acordo com a sua consciência moral. Ao pensamento kantiano Hegel acrescentou os valores e tradições culturais, as instituições históricas e a política. A tudo isto, Marx adicionou os valores econômicos. A variação das evidenciações filosóficas e das condições históricas, que tornam consistentes algumas noções da ética, traz a tona outra questão: a do bem e do mal. Uma ação ética é aquela praticada em nome do bem, mas aí surge o problema de como definir o que seja esse bem. Voltamos então à necessidade de nos pautarmos por nossa consciência interior, nosso dever moral.

A ÉTICA HOJE

Todas as transformações sociais que culminaram numa realidade puramente conflitante, do ponto de vista ético, descarregam na sociedade questões como o amor livre, fidelidade, formas de relacionamento homossexual, de pais com os filhos, libertação da mulher, das classes oprimidas, do direito ao trabalho e à propriedade, à saúde e à educação etc. Isso nos leva a crer que é urgente a necessidade de reformas éticas e estruturais em nossa sociedade desigual e injusta.

Zenóbio Francisco de Sousa Oliveira.



segunda-feira, 18 de julho de 2011

COISA ESTRANHA

Recebi nestes últimos dias um e-mail com o seguinte conteúdo:

Ei Kra! Kd vc?
Q vai fa-z no FDS?
Naum vjo vc a 1 tpão!
+ ou – 1 mês, né?
Apareça ou mand um scrap!
Blza?

E eu respondi:
Homi, vá pra baixa da égua!

VERBO AD VERBUM

 Velhinho com cara de novo

Por esses dias, meu vizinho me chamou para ouvir um daqueles “pancadões” que o público teen chama de forró mix, forró eletrônico, forró moderno, forró o escambal e, que na verdade, nada tem a ver com forró. O interesse do meu amigo era me mostrar que a letra do tal “forró” se tratava de uma poesia de Raimundo Nonato e Nonato Costa, dois violeiros admirados por pessoas da minha natureza. Ora, disse-lhe, é a Indústria Cultural. Vá lá o rapaz entender do que diabos eu estava falando. Voltei pra casa encafifado. Será que isso é uma armadilha desse sistema para quebrar minha resistência? Dei-me conta, porem, de que tudo que eles nos oferecem são meras reproduções. Imaginei que alguém já tinha alertado sobre isto: “aquilo que a indústria cultural oferece de continuamente novo não é mais do que a representação, sob formas sempre diferentes, de algo que é sempre igual; a mudança oculta um esqueleto, no qual muda tão pouco como no próprio conceito de lucro, desde que este adquiriu o predomínio sobre a cultura”. Ah! Foi Theodor Adorno na "Dialética do Esclarecimento".

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pedido de desculpas

Pessoal,

Peço desculpas pelo atraso nas postagens do blog. O motivo foi um problema no meu computador. Em breve vocês terão novas postagens.
Obrigado e um abraço a todos.

Zenóbio Oliveira.