terça-feira, 26 de abril de 2011

Poesia pura


Dois dos maiores poetas que o nordeste já viu.

Diniz X Xudu

Manoel Xudu

Voei célere aos campos da certeza
E com os fluidos da paz banhei a mente
Pra falar do Senhor Onipotente
Criador da Suprema Natureza
Fez do céu reino vasto, onde a beleza
Edifica seu magno pedestal
Infinita mansão celestial
Onde Deus empunhou saber profundo
Pra sabermos nas curvas deste mundo
Que ele impera no trono divinal.


Diniz Vitorino

Vemos a lua, princesa sideral
Nos deixar encantados e perplexos
Inundando os céus brancos de reflexos
Como um disco dourado de cristal
Face cálida, altiva, lirial
Inspirando canções tenras de amor
Jovem virgem de corpo sedutor
Bem vestida num “robe” embranquecido
De mãos postas num templo colorido
Escutando os sermões do Criador.


Manoel Xudu

Os astros louros do céu encantador
Quando um nasce brilhando, outro se some
E cada astro brilhante tem um nome
Um tamanho, uma forma, brilho e cor
Lacrimosos vertendo resplendor
Como corpos de pérolas enfeitados
Entre tronos de plumas bem sentados
Vigiando as fortunas majestosas
Que Deus guarda nas torres luminosas
Que flutuam nos paramos azulados.


Diniz Vitorino

Olho os mares, os vejo revoltados
Quando o vento fugaz transtorna as brumas
E as ondas raivosas lançam espumas
Construindo castelos encantados
As sereias se ausentam dos pecados
Que nodoam as almas dos humanos
E tiram notas das cordas dos pianos
Que o bom Deus ocultou nos verdes mares
E gorjeiam gravando seus cantares
Na paisagem abismal dos oceanos.



terça-feira, 19 de abril de 2011

Disfarce



 Por Zenóbio Oliveira



O sorriso que enfeita minha cara,
Que se diga, de parca formosura,
Inda que seja indício de ventura,
Não é certeza de alegria clara.

É antes um método que mascara,
As angústias cruéis da vida dura,
Uma dissimulação da amargura,
Que a verdade da alma não declara.

É desse modo, assim, sempre sorrindo,
Que eu, bem ou mal, vou suprimindo,
A dor de uma ferida que não sara,

E alem de aplacar meu sofrimento,
Com tal disfarce estarei isento,
Da piedade de quem me repara.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amor biforme


Zenóbio Oliveira

Meu coração julgou que não compensa,
Seguir pulsando em nome desse amor,
Que às vezes é prazer, às vezes dor,
Que isenta e pune numa só sentença.

Que se declara pela indiferença,
Que se apaga no próprio esplendor,
Que vende júbilo e cobra dissabor,
Por um preço que a vida não dispensa.

Amor feito de êxtase e de loucura,
Ora promessa, ora desventura,
De ocorrência circunstancial,

Capaz de trazer em sua essência,
Numa harmonia de coexistência,
Uma porção do bem, outra do mal.

sábado, 16 de abril de 2011

De tirar o couro

Hoje fui efetuar um pagamento numa grande loja aqui de Mossoró. Atrasei o referido por cinco dias. A parcela que no valor original era de R$ 152,00 (cento e cinquenta e dois reais) foi acrescida de R$ 7,00 (sete reais) e tive que desembolsar R$ 159,00 pela dita cuja. Na ponta do lápis os juros alcançaram quase 1% ao dia, o que daria quase 30% ao mês.

Por pouco não saí dali direto para a DEFUR pra fazer um boletim de ocorrência.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Rimando


Poesia em Santa Cruz

Numa manhã de névoa e chuva fina,
Na casa do poeta Hélio Crisanto,
Sob o olhar de Rita, puro e santo,
Também choveu cultura nordestina,
Borrifos de poema e de neblina,
Misturavam-se suspensos pelo ar,
Hélio, Gilberto, João e Edgar,
Derramavam-se em prosa e poesia,
E no chão do meu ser também chovia,
O amor pela cultura popular.

Pela própria natureza



Zenóbio Oliveira

Não há bondade no homem, com certeza,
Mas, um trato recíproco de decência,
Como regra geral de conivência,
Que camufla seus dotes de vileza.

E quando ele sobrepuja a aparência,
Transgredindo a convenção, essa proeza,
Nada mais é que a clara conseqüência,
Do exercício da própria natureza.

E sob instintos vis moral e ética,
Sucumbem fatalmente à genética,
Do que somos feitos nós, filhos do caos,

Porque em busca do próprio paraíso,
Nosso egoísmo é um espelho de narciso
A refletir o dom de sermos maus.