sexta-feira, 28 de junho de 2013

Boa prosa

COISA DO POVO MESMO...!!! 
Genildo Costa     

 A essa altura dos acontecimentos não precisa recorrer à obra de Celso Furtado, Florestan Fernandes e nem tampouco buscar explicações nos almanaques de  sociologia contemporânea.As interpretações são as mais absurdas possíveis.Algumas até fora de contexto.Há quem diga até que nessa inquietação da juventude pelas ruas do Brasil exista a inserção do demônio.Algo inconcebível,Infelizmente.A verdade é que não há como evitar  a expressão singular e natural de tudo que salta pelas janelas do senso comum.Precisamos é mesmo aprender a conviver com a dualidade.O contraditório.As ruas há tempo que propõe o debate.A cada dia vivido é como se tivéssemos a oportunidade de se ver mais perto de um grande e importante desafio:O de não mais permanecer calado  e omisso quando o assunto diz respeito à vida em sociedade.Faz tempo,muito tempo,que as praças,ruas e avenidas esperam por uma tomada de decisão de todos os segmentos da sociedade civil organizada.Veja, que estamos chegando, tardiamente.Fiquemos atentos.Que tudo  possa acontecer na mais absoluta normalidade.Compreendo assim.Que não seja uma questão de posse o sentimento que ora vejo expresso.Não quero crer nessa possibilidade mesmo sabendo que tudo só ganha um caráter  universal quando chega a incomodar o sossego , a paz e a tranquilidade das elites dominantes. O que se sabe é que o modelo de sociedade que até então,socializou sonhos e privatizou a riqueza do país vai se exaurindo e não encontra em lugar nenhum quem o defenda.Está na orfandade.A revolução que foi tão bem projetada na cabeça da militância não conseguiu validar seu projeto.Sucumbiu e se apressou em apostar na conciliação de interesses das elites para permanecer atuando no tabuleiro do xadrez da política nacional.Ensaiamos alguns passos e não chegamos a lugar nenhum.A revolução não iria ser ,jamais, coletiva.Acreditamos em fazê-la,mas,fracassamos e optamos em tratar da particularidade.Apostamos no discurso e não conseguimos fazer acontecer o país do socialismo democrático onde o cidadão pudesse ter os seus direitos elementares garantidos na sua plenitude.Ainda há tempo e o momento é por demais oportuno.Sejamos agora,cidadãos e cidadãs responsáveis por uma página nova de nossa história que terá que ser muito bem lapidada com o povo nas ruas porque o sonho não acabou...!!!


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Poesia pura

Bolero de Isabel      
Jessier Quirino


É um nó dado por São Pedro,
Desarrochado por São Cosme e Damião!
É uma paixão, é a sensação de um repente,
Igual ao quente do miolo do vulcão.

Quer ver o bom é o aguado, quando leva açúcar,
É ter a cuca açucarada num beijo roubado,
É o pecado, confessado ao Mestre Sereno,
Levar sereno num terreiro bem enluarado.

É o pinicado do chuvisco no chão pinicando
Ficar bestando com o inverno bem arrelampado
É um recado da cabocla, um beijo mandando:
Tá namorando a cabocla do recado!

Quer ver desejo, é o desejo tando desejando,
E a lua olhando este amor na brecha do telhado,
É o rodeado do peru, piruando a perua
É a canarinha galeguinha cantando o canário.

Zé do Rosário bolerando com Dona Isabé
Dona Isabé bolerando com Zé do Rosário,
Imaginário de paixão voraz e proibida
Escapulida, proibida, pro imaginário!

Quer ver cenário é o vermelho da auroridade
É a claridade amarelada do amanhecer
É ver correr o aguaceiro pelo rio abaixo
É ver um cacho de banana amadurecer

Anoitecer vendo o gelo do branco da lua
E a pele nua, com a lua, a resplandecer
É ver nascer o desejo, com a invernia
E a harmonia que o inverno fez nascer!