sábado, 29 de outubro de 2011

Brazilian language



Zenóbio Oliveira

Depois do stress da semana resolvi que estava precisando de um happy hour, então fui ao Shopping, ao Mossoró West Shopping.
Saí bem cedo para evitar o rush.
No Box de entrada uma voz me orientou a retirada do tiket de acesso. Estacionei, entrei para o hall e fui à praça de alimentação comer um Sandwuich. O garçon me trouxe o menu. Pedi um cheeseburger com coca-cola. Enquanto comia, observei o lugar. Algumas pessoas, nas mesas, navegavam na internet com seus notebooks, já que o estabelecimento possui Wi-fi (Wireless Fidelity), outras comiam apressadas, seus lunchs diets e lights. Um casal, ao meu lado, pagava a conta com Mastercard, enquanto a filha via, no Youtube, um clip da Beyoncê na tela, touchscreen, do seu iphone de última geração.
Saí do fast food e fui dar um tour pelas dependências do empreendimento, que abrigava muita gente naquele domingo. O vozeio promíscuo me fez lembrar o zumbido das feiras da infância, lá no mercado da minha São Sebastião. O burburinho é igual, o que muda é a estampa. Os meninos se divertiam nas máquinas de Game e as mocinhas bisbilhotavam o showcase das lojas, em busca de algo fashion. Outros jovens apenas caminhavam pelos corredores ouvindo seus Mp3 para corroborar a marca de geração readphone.
 Já estava indo embora e, quando passava novamente pela praça de alimentação, fui reconhecido por um amigo que não via há tempos. Seu grito me chamou atenção:
__Diga meu brother!
__Senta aí, vamos tomar um Skol!
Fica pra próxima, respondi e me despedi com um até logo. Compreensivo, ele me desejou sorte.
__Ok, Brother!
__Tchau!

domingo, 23 de outubro de 2011

O amor



Quem dera que o amor fosse uma prática,
Em que pudéssemos exercer total domínio,
Feito de lógica, razão, raciocínio,
De uma certeza axiomática.

Mas, o amor não é, nem matemática,
Nem prognóstico, profecia, vaticínio,
Ele nasce somente do mútuo fascínio,
E cresce na alma de maneira empática.

E acontece involuntariamente,
Extemporâneo ou repentinamente,
Invade o coração com seu furor,

Como um rio de emoção que se derrama,
Para encher o peito de quem ama,
De paz, e aflição, e alegria, e dor...

Zenóbio Oliveira

sábado, 15 de outubro de 2011

VERBO AD VERBUM


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A rua é pública?


Lembro-me que nas peladas de mirim no chão piçarrado da Rua 7 de Setembro, lá na minha infância longínqua, sempre havia um menino que era excluído do jogo e ficava no meio do “campo” atrapalhando. Quando convidado a sair, proclamava aquela frase, que para minha doce inocência, mais parecia um decreto revestido de uma sentença irrevogável:
__ A rua é pública!
Por um bom tempo acreditei na legitimidade dessa asserção. Em mim, porem, a infante inocência não evoluiu para uma ignorância juvenil, nem para o agravamento de uma cegueira intelectual adulta e hoje a luz da experiência aclara em mim outra certeza:
__ A rua tem dono!
E não são poucos.
O dono do botequim transforma a via em grande pátio para a seresta do fim de semana; o senhor do restaurante dispõe dela para oferecer refeições ao ar livre; o líder comunitário ou religioso a usa como espaço de eventos; o rapaz da quadrilha junina a fecha para os ensaios e apresentações; o político também faz seu comício ali... Nestes casos, a apropriação é temporária, como uma espécie de comodato.
Na posse vitalícia da rua o exemplo mais destacado fica por conta dos estacionamentos privativos para instituições e autoridades. Regalia ao prefeito e ao seu secretariado, ao vereador, ao juiz, ao promotor. A adequação do espaço público às necessidades específicas da população está prevista na Resolução 302 do CONTRAN. Vagas destinadas aos veículos de aluguel, de carga e descarga, conduzidos ou transportando portadores de deficiência física e idosos, ambulâncias, alem de viaturas policiais compreendem tudo que a lei determina.
Portanto, qualquer outra prescrição que não atenda os dispositivos desta Resolução, constitui-se manobra política e promoção de privilégio para favorecer os “amigos do rei”, agredindo vergonhosamente o princípio democrático e ferindo criminalmente o direito legal. 



Zenóbio Oliveira

segunda-feira, 10 de outubro de 2011