terça-feira, 28 de junho de 2011

Mal Tirano.


Por Zenóbio Oliveira

As palavras que se geram em ventre insano,
Das mentes podres e irracionais,
Ganham vida nas bocas imorais,
E perpetuam-se de vez. (Oh mal tirano).

Alimentadas pelo próprio engano,
Agigantam-se em formas colossais,
E tornam-se verdades marginais,
À custa, sempre, do alheio dano.

Neste dia também me torno vítima,
Da palavra suja e ilegítima,
Do discurso ímprobo, da sandice,

Procurando no livro da razão,
O silogismo da minha alegação,
Pra poder desmentir o que não disse.

Folclo-rindo



Era uma partida de futebol, lá nas Aguilhadas, entre o Potiguar de Secundo e o União de Tião Carlos. Jogo quente, pegado. Uma rivalidade de tirar lasca, como se diz nas redondezas. Zé Carlos, do União, recebe a bola junto à lateral do campo. Vaval de Zé Viana, do Potiguar, corre pra fazer a marcação. Zé Carlos, não ver a aproximação do adversário, mas é avisado pelo seu treinador, Tião Carlos:

__Zé! Olhe o ladrão! (gíria do futebol).
Vaval virou bicho. Abandonou a jogada e partiu pra cima de Tião, com o dedo em riste, perguntando:

__Tião, o que foi que eu roubei seu, pra você ta me chamando de ladrão?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Folclo-rindo


Sob pressão...
Meu amigo Nogueira estava sendo pressionado por um colega de trabalho e apelou para uma arma poderosa: a justiça.
Rapaz eu lhe processo! Disse.
Processa por que?
Eu lhe processo por “DAMAS IMORAIS”!

Já um prefeito de nossa região estava sendo pressionado pelos vereadores para resolver um problema na sua cidade e saiu com essa:
Vocês tão querendo me fazer de “BODE RESPIRATÓRIO” é?


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Folclo-rindo


“MOEDA ESTRANGEIRA”


       Por Fabiano Rágis


Numa manhã de sábado, eu caminhava numa rua central, quando de repente ouço uma voz: “Tio!” Me virei rapidamente, pois eu tenho dez sobrinhos e nenhum reside por aqui. Encarei o interlocutor (que não era meu sobrinho), o mesmo estava trajando camisa regata com as cores do flamengo (eu sou vascaíno), e óculos espelhados. Entre colares e anéis, eu contei mais de quinze. Usava uma capanga de napa, bermuda e sapatos sem meias. Imagine só: Um sujeito flamenguista, me chamando de “tio”, eu tive que me controlar e colocar em prática as lições de boa vizinhança, que dona“Francisca” minha mãe, me ensinou. Respirei fundo e disse:_ Pois não. _ Você sabe me dizer onde eu troco esta nota? Eu logo percebi que a cédula era americana. Sem pestanejar respondi:_ Não tenho a menor ideia gente boa. _ OK. Tudo bem. Sem estresse. Amanhã eu troco ela em Natal no “CONSOLADO AMERICANO.”

sábado, 11 de junho de 2011

UMA CENA PARADOXAL

Por Fabiano Régis

Afeito a compras em feiras-livres, armazéns e lojas populares, resolvi fazer uma visita a um “templo” do consumo. Na entrada do shopping uma voz de mulher com um timbre grave ordenava: “Retire seu ticketssssi e boas compras!” Depois de olhar vitrines e controlar meu ímpeto consumista, tomei assento na praça de alimentação. Em meio ao cheiro azedo de fast-food, onde crianças e adultos empanturravam-se com pizzas e sanduiches de metro, pedi um Chopp. Foi aí que uma cena chamou minha atenção:Dois jovens ocupavam duas mesas de olhos postos em seus computadores, prostrados diante do mundo virtual. Por algumas horas fiquei a observar aquela cena incomum, num ambiente que supostamente facilita a socialização, o consumo e o lazer. Aí você deve está se perguntando: E daí? Qual é o problema de um jovem usar um computador num ambiente WI-FI? Nós estamos na era da tecnologia e do conhecimento, a internet e uma importante ferramenta para o acesso rápido às pesquisas, às “informações”, e nos coloca diante das transformações do mundo instantaneamente. É verdade. Você tem razão. O que não se pode negar, é que a internet está levando as crianças e os jovens ao isolamento em suas próprias casas, e pelo jeito em ambientes “públicos” também.Quanta saudade eu tenho da minha infância, com bonecos de sabugo, carrinho de lata, cavalo de pau, banhos de rio e, nos finais de tarde, “Vila Sésamo” em branco e preto na televisão. Da minha adolescência, guardo lembranças boas e inesquecíveis: O meu relógio “ORIENT” a prova d’água, a minha bicicleta verde, e as lições de tabuada com a professora “Iêda”, que não era apelidada de “tia”. Nos arroubos da minha juventude, tinha radiola de tampa com discos de vinil, recheado de “Cartola” e palavras de “Drumond” guardadas na estante. Nas tertúlias e matinês, eu namorava “Amélias”, “Madalenas” e “Marias”, nomes próprios das minhas paixões. Ah! Antes que eu esqueça: O telefone de disco, a televisão “Philco Fordtransístori” e a máquina de escrever, eram tecnologias de um tempo, onde a fala era uma dádiva e a arte do dialogo, tornavam as relações humanas muito mais interessantes.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sete de Junho. (Feliz aniversário)

Por Zenóbio Oliveira

Sete de junho, como o tempo passa,
__Parabéns meu amigo: alguém me diz,
Agradeço assim meio sem graça,
Por que será que não estou feliz?

Sete de junho, outro alguém me abraça,
E pronuncia, pra mim, coisas gentis,
__Obrigado! O tempo exibe a maça,
Com que feriu meus sonhos infantis.

Oh tempo! Dono da vicissitude,
Que, um dia, levou-me a juventude,
Que também me roubou a esperança,

De joelhos aos seus pés me acabrunho,
E suplico, hoje é sete de junho,
Deixa, por Deus, que eu volte a ser criança.